Olá!
Nesse post da série LIVRO X FILME, vamos analisar o romance clássico de Jane Austen versus a versão cinematográfica de 2005 dirigida por Joe Wright.
Livro
ORGULHO E PRECONCEITO – Pride and Prejudice – é um romance escrito por Jane Austen (1775 a 1817) em 1797, publicado em 1813, na Inglaterra sua terra natal.
O livro se passa na cidade fictícia de Meryton, em Hertfordshire, não muito longe de Londres, onde a personagem central Elizabeth Bennet lida com questões relacionadas a educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra.
Elizabeth é a segunda de cinco filhas de um proprietário rural, e enfrenta inúmeros problemas para conseguir se comunicar com a mãe, inteiramente interessada em casar bem suas filhas, e manter o patrimônio da família.
O trabalho de Jane Austen é totalmente pontuado pela importância da educação dos jovens afim de torná-los ricos não em vantagem sociais e financeiras, mas sim em caráter, senso de moral e honradez. Ela julgava esses atributos muito mais importantes para o desenvolvimento pessoal do que preocupações sociais e riquezas.
Por causa disso foi alvo de muitas críticas sociais, as quais não impediram seu talento de revelar vários trabalhos literários ao longo de sua vida, celebrados até hoje pela importância histórica em explanar a sociedade aristocrática da época com clareza, e pela habilidade artística de contar histórias e envolver leitores.
Apesar de Orgulho e Preconceito ser ambientado no século XIX, ainda hoje exerce fascínio nos leitores do mundo todo, permanecendo no topo das listas de favoritos e sempre se mantendo sob consideração de críticos literários.
Houve um grande número de adaptações para cinema e TV ao longo dos anos, muitos deles alvo de positivas críticas, além é claro dos trabalhos inspirados pela temática e personagens de Austen, como é o exemplo da nova novela da TV Globo, que irá a ar em 03/2018.
Acredita-se que esse livro tenha vendido mais de 20 milhões de cópias pelo mundo.
ORGULHO E PRECONCEITO foi minha primeira leitura da autora, apesar de ter visto muitos filmes inspirados em vários de seus romances, e ser muito fã da estrutura narrativa e estética dos longas.
A escrita de Austen é fluida e descritiva, apegada a detalhes e muito familiarizada com o meio que descreve. Ela demonstra muito carinho por seus personagens ao dar-lhes todos muitas explicações e justificativas para seu comportamento e personalidade, de forma que sentimos que estamos lendo sobre pessoas reais, que detêm qualidades e defeitos, e merecem ser vistas como falhas. Os personagens centrais são distintos e muito interessantes, e cativam o leitor com suas ações e reações aos estigmas da sociedade a sua volta. Uma leitura delicada e inspiradora.
Filme
Elizabeth Bennet vive com sua mãe, pai e irmãs no campo, na Inglaterra. Por ser a filha mais velha, ela enfrenta uma crescente pressão de seus pais para se casar. Quando Elizabeth é apresentada ao belo e rico Darcy, faíscas voam. Embora haja uma química óbvia entre os dois, a natureza excessivamente reservada de Darcy ameaça a relação.
Fonte: Google
O longa considerado aqui será a versão de 2005, dirigida por Joe Wright e estrelada por Keira Knightley e Matthew Macfadyen, mas como foi dito anteriormente, há várias versões do longa facilmente encontrados na internet.
Joe Wright que também dirigiu DESEJO E REPARAÇÃO (2007) e ANNA KARENINA (2012), demonstra uma belíssima delicadeza quando se trata de temas similares aos que trata Austen, dando a seus filmes uma qualidade histórica e clássica que encanta.
Em ORGULHO E PRECONCEITO, a ambientação perfeita da Inglaterra do século XIX, junto com a perfeitamente construída fotografia e saturação do filme trazem à tela outra camada para os sentimentos que crescem a cada cena entre os personagens centrais da trama, Elizabeth e Darcy.
O roteiro se mantém, de forma generalista, bem fiel ao livro, e o texto entregue com o mesmo cuidado que Austen dispõe nas páginas escritas também agrada.
Julgo que as performances dos atores e atrizes não deixam a desejar, e conseguem figurar muito bem cada personalidade distinta, causando grande familiaridade a cada um em tela. O destaque fica com Macfadyen, que na pele do irresistível Darcy encanta e convence, dotado do mesmo charme robusto e inóspito do personagem, o excelente ator shakespeariano deixa em cada cena a vivacidade do personagem, ainda que mantenha certa vulnerabilidade para dar acabamento a personalidade de Darcy que é, de longe, a mais explorada e dimensionada pela autora.
O filme foi indicado ao OSCAR em várias categorias, dentre elas o de Melhor Direção de Arte, Trilha Sonora e Figurino, o que é um testamento a mais para a qualidade do longa e seus criadores.
Creio que a leitura do livro e assistir ao filme sejam duas experiências separadas, que devem coexistir, e que há prejuízo quando se escolhe uma experiência sobre a outra, dado que cada uma acrescenta de forma diferentes ao entendimento da narrativa e sua importância cultural e histórica para o mundo literário.
O filme é nota 10, uma experiência cinematográfica única e apaixonante, que deve ser adicionada a leitura do romance para se absorver de cada qual suas qualidades e riquezas, acrescentando muito a sua experiência particular tanto com a literatura, quanto com o mundo do cinema.
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Com amor, Ana Luiza.