TRILOGIA Nunca Jamais – COLLEEN HOOVER E TARRYN FISHER
Título original: Never Never, Never Never Part Two, Never Never Part Three, de 2015.
Versão lida: Em inglês, Ebook Kindle, 2015.
As Autoras
Essa trilogia foi escrita por duas autoras em colaboração. A primeira delas, Colleen Hoover, é uma autora best-seller do New York Times, escreveu 11 romances e 5 novelas. É autora das séries Slammed e Hopeless.
A segunda é Tarryn Fisher, uma autora sul-africana que já produziu nove livros, escritos segundo ela, sobre vilões. Também é best-seller do NYT.
Os livros
Charlize Wynwood e Silas Nash são melhores amigos desde pequenos. Mas, agora, são completos estranhos. O primeiro beijo, a primeira briga, o momento em que se apaixonaram… Toda recordação desapareceu. E nenhum dos dois tem ideia do que aconteceu e em quem podem confiar.
Charlize e Silas precisam trabalhar juntos para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com eles e o porquê. Mas, quanto mais eles aprendem sobre quem eram, mais questionam o motivo de estarem juntos para começo de conversa.
Essa trilogia conta como um livro só. Primeiro porque é uma história contínua, que para abruptamente ao final do primeiro e do segundo livro, de forma que ou você morre de frustração, ou imediatamente parte para a leitura do livro seguinte. Segundo que é obviamente uma tática para vender mais, dado que os livros são curtos e caberiam facilmente num volume só. Mas a cada um sua forma de pensar, né? Não compreendo a decisão de separá-los, mas respeito.
Comprei o primeiro livro quando a versão em português saiu a mais de dois anos, li em velocidade recorde (realmente esses livros, individualmente, são bem curtinhos), só para depois descobrir que a PARTE 2 não tinha sido lançada pela editora brasileira. Larguei de lado.
Numa visita a livraria, avistei o livro PARTE 2 da mesma coleção, em português. Meu lado obsessivo exigiu logo que eu o comprasse, para que a PARTE 1 em minha prateleira não ficasse mais tão sozinha, afinal, coleções devem ficar completas e juntinhas. Desculpa, mas faz todo o sentido. #obsessiva
Quando cheguei em casa, me lembrei da frustração que senti dois anos antes ao ler a PARTE 1, e resolvi que só leria novamente se fosse a trilogia completa, somente quando tivesse todos em mãos. Pesquisando na internet, descobri que não havia previsão para o lançamento do ultimo volume em versão traduzida, então coloquei meus dois livrinhos de lado, comprei a versão original em inglês em eBook no Kindle, e em quatro dias li os três. Ponto.
Agora, falando um pouco da série, preciso dizer que não li mais nada das autoras, então não há com que comparar, mas sei que gostei muito da trilogia NEVER NEVER. (OBS: Desde então já li outros livros de Colleen Hoover, e as resenhas aparecerão por aqui logo.)
Os personagens centrais, Silas e Charlie, são queridos, cheios de energia, bem escritos e criados, acrescidos de muita personalidade, e cada um ganha muitas linhas para desenvolver suas ideias e sentimentos, característica que agrada muito quem gosta de tramas feitas em cima de personagens.
Um casal de adolescentes que, de um momento para o outro, acorda na escola sem ter memória alguma de quem são, onde estão, ou o que aconteceu. Eles não se reconhecem, mas dado o estado assustado de cada um, conseguem reconhecer que estão passando pelo mesmo trauma, e decidem se ajudar para tentar entender o que lhes aconteceu.
A trama é desenvolvida em cima de poucos dias, os quais eles passam procurando aprender sobre si mesmos antes da perda de memoria, sobre as pessoas de suas vidas, e sobre sua relação um com o outro.
Inicialmente é confuso imaginar que não há dados para costurar passado e presente, e o leitor fica apenas atento ao momento, vivendo aquela descoberta junto com eles. Depois começamos a receber informações sobre o passado, sobre tudo o que os levou até aquele momento, e vamos compreendendo a ligação profunda que une Silas e Charlie desde o começo.
Há um elemento sobrenatural muito sutilmente inserido na trama para basear fatos inexplicáveis, mas não é nada que transforme a coisa toda em fantasiosa demais. E há, com certeza, certas liberdades que são tomadas para garantir que a trama continue focada nos dois personagens centrais, ignorando o resto do mundo. Apesar de gerar certo desconforto com relação a lógica da trama, é aceitável quando se pensa no outro lado da moeda. O desenvolvimento detalhado dos momentos íntimos dos dois.
Além dos mistérios que cercam a trama, o que mais me chamou atenção foi o desenrolar da descoberta dos sentimentos, do amor que une os dois personagens. Há uma conexão profunda, tão forte quanto se pode imaginar; e esse tipo de amor, que não é arrebatador mas sim galgado ao longo de duas vidas, inúmeras experiências e trocas de confidencias, não se vê muito em romances por ai.
Leio esses livros com frequência, como já mencionei, e esse tipo de conexão é mais rara de se encontrar nas páginas. E quando encontrada, nem sempre ganha profundidade para se tornar tão memorável, as vezes fica forçado e acaba transformando a coisa toda num conto de fadas, ao passo que no caso de NUNCA JAMAIS, não ficam dúvidas. É tudo muito verdadeiro. É vivo.
Com amor, Ana Luiza.